segunda-feira, 18 de julho de 2016

Estudantes da UFF e escola municipal experimentam o ciclo da água

No segundo dia da Semana do IEAR/UFF 2016 foi realizada a Feira de Hidrologia, que contou com a participação de cerca de 30 estudantes do ensino fundamental da escola municipal Cornellis Verolme. Semana do IEAR/UFF é um evento anual organizado pelo Instituto de Educação de Angra dos Reis da Universidade Federal Fluminense e este ano foi realizado entre os dias 4 e 8 de julho. Sob coordenação do Prof. Anderson Sato, a Feira de Hidrologia foi estruturada de modo a convergir interesses diversos em uma atividade de grande troca entre os envolvidos.

Estudantes da escola municipal Cornelis Verolme com organizadores da Feira de Hidrologia. Foto: Stephanie Magalhães

É impressionante como todos saímos mais felizes após a realização desta feira. Os estudantes de licenciatura de Geografia da UFF tiveram a oportunidade de elaborar diversas oficinas e se relacionar com os alunos do ensino fundamental, já os alunos da Cornelis Verolme tiveram uma tarde repleta de atividades práticas e lúdicas sobre Hidrologia. Foi consenso entre os estudantes e professores que as experiências vividas serviram para desenvolver a consciência ambiental das crianças - relatou Anderson Sato, professor da UFF.

Aprendizado sobre as formas de tratamento da água. Foto: Stephanie Magalhães

Os licenciandos em Geografia estruturaram quatro oficinas que abordaram temas diversos, como a relação das chuvas com a recarga dos aquíferos e rios, os efeitos da poluição dos corpos hídricos, o papel das floresta no ciclo hidrológico, a captação e o tratamento da água, o potencial de uso de água da chuva dos telhados, assim como o consumo de água para a fabricação de diversos alimentos e objetos.

Alunos se divertem no jogo que trata do consumo de água. Foto: Stephanie Magalhães

Foi bastante impressionante ver a reação dos alunos ao descobrirem que para produzir uma única calça jeans são consumidos quase dez mil litros de água. Eles ficam muito surpresos e passam a refletir sobre nosso impacto no ambiente - disse Matheus Gouveia, estudante da UFF.

A aproximação do ensino com temas do cotidiano também foi praticado. Foram realizada discussões acerca do consumo de água pelo setor industrial e também da relação de inundações e deslizamentos de terra com as chuvas extremas que ocorrem no município de Angra.

A maquete serviu como base para a explicação do uso da água pela indústria e residências. Foto: Stephanie Magalhães

Abordarmos que no Brasil a agricultura e a indústria são os setores que mais utilizam água. Ao mesmo tempo reforçamos que em nosso consumo doméstico existem muitas formas de utilizar a água de forma mais eficiente - explicou Leonardo de Oliveira, licenciando em Geografia da UFF.

Indicamos que as chuvas são os detonadores destes processos (deslizamentos e inundações) que são intensificados pelo forma de uso e ocupação do solo do município de Angra dos Reis. Temos trabalhado para promover o entendimento que existem processos sócio-econômicos que vulnerabilizam as pessoas e as comunidades aos desastres. Desnaturalizar os desastres é um desafio e esta perspectiva está intimamente relacionada com uma educação ambiental em seu sentido mais amplo e crítico - informou o professor Sato.

Simulação de chuva para experiência de pluviometria. Foto: Stephanie Magalhães

Equipe "Amigos Unidos" foi a que captou mais chuva no pluviômetro. Foto: Stephanie Magalhães