A
convite da Rede de Educação para Redução de Desastres (RED),
pesquisadoras dos projetos “Cemaden Educação” e “Pluviômetros nas
Comunidades” promoveram a formação de 90 professores, compartilhando teorias e
práticas sobre percepção de riscos de desastres como chuvas, inundações e
deslizamentos.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações,
apresentou seu projeto voltado para a educação formal e realizou oficina de
Cartografia Social como parte integrante do Curso de Capacitação de Professores
para Redução de Desastres. A atividade aconteceu em Angra dos Reis (RJ), nos
dias 28 e 29 de junho, com o objetivo de inclusão da temática nos
conteúdos ministrados pelas escolas municipais, com foco na redução de desastres
naturais a partir do ambiente escolar.
Organizado pela Rede de Educação para Redução de Desastres (RED),
a capacitação foi uma iniciativa conjunta de instituições, articulada pelo
Grupo de Pesquisas em Desastres Sócio-Naturais, da Universidade Federal
Fluminense, com as secretarias municipais de Educação, da Defesa Civil e de
Meio Ambiente, contando com o apoio do Cemaden/MCTIC.
Foram apresentados conceitos de Cartografia Social e sua aplicação
prática em trabalho em campo realizado no Morro da Carioca, em Angra dos Reis,
pelas pesquisadoras e educadoras do Cemaden, Débora Olivato e Maria Rita Souza,
ligadas aos projetos Cemaden Educação e Pluviômetros nas Comunidades.
Trabalho em campo
Durante o curso de capacitação, acompanhados pela equipe da RED e
de educadoras, os professores fizeram o trabalho de observação em campo, em
área vulnerável a risco de desastres naturais. Puderam observar a
cicatriz de deslizamentos de terra, identificando as novas áreas de risco no
Morro da Carioca. Além disso, mapearam as construções de casas irregulares,
tubulação de água servida (potável e esgoto), plantio de bananeiras nos morros,
entre outros elementos potencializadores do risco de desastres.
Ainda, no trabalho em campo no Morro da Carioca, os professores
identificaram a localização dos equipamentos de prevenção, como pluviômetros e
os sensores geotécnicos para monitoramento de riscos de deslizamentos do
Cemaden, as sirenes, rotas de fuga, lugares seguros, entre outros aspectos
importantes para a oficina de Cartografia Social. Nesse local, ocorreu o
grande deslizamento de terra, em 1º de janeiro de 2010, vitimando 22 pessoas.
Mais de 250 famílias tiveram que abandonar suas casas, quase 200 casas foram
demolidas e a prefeitura interditou mais de 1.700 imóveis, todos localizados em
áreas sujeitas a deslizamentos.
“O trabalho da Rede de Educação para Redução de Desastres é
um exemplo a ser seguido. A integração de profissionais de diversas
instituições tem um modelo de planejamento para difundir a cultura de prevenção
de risco de desastres de forma séria e consistente.” afirma a coordenadora do
Projeto Cemaden Educação, Rachel Trajber.
Durante o evento, a pesquisadora e antropóloga, Rachel Trajber,
foi homenageada pelo trabalho realizado durante as várias edições da
Conferência Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (nacionais e internacional) –
promovidas pelos ministérios da Educação (MEC) e do Meio Ambiente (MMA) –
período em que foi coordenadora-geral de Educação Ambiental (2003 e
2011).
Informações sobre o Projeto
Cemaden Educação estão disponíveis no endereçohttp://www.cemaden.gov.br/cemaden-educacao/ e
do Projeto Pluviômetros nas Comunidades pelo endereço: http://www.cemaden.gov.br/pluviometros-nas-comunidades/.